quinta-feira, 15 de agosto de 2019

Pin-Selfie


...porque o que segue, aquém e além de deficiências técnico-discursivas da minha parte, é ainda de tendência psico-filosoficamente algo complexa/complicada; a partir de que desde já vos digo que não se sintam forçada/os a ler o mesmo; como seja ainda que com toda a vossa natural liberdade de fazerem, por vós mesma/os, o que melhor lhes seja dado fazer ao respeito, no entanto por mim próprio e logo à cabeça vos digo que, se acaso, fiquem-se pela mais directa e imediatamente agradável foto, exposta acima _ incluída já a, subsequente, presente legenda! ;-) 

Aproveitando uma foto de agradável e lúdico-recreativo cariz social, em cujo global contexto eu tive de me integrar dalguma forma, isto ironicamente após semanas sem sair de casa, salvo para trabalhar pró subsistentemente, aproveito para dizer que: 

Independente dos motivos próprios e envolventes para tal, o facto é que tendo eu deixado de progredir de forma positivamente estruturada, coerente e não raro mesmo em absoluto logo a partir da infância; respectivamente tudo o que e como sou hoje enquanto adulto é reflexo produto da minha auto-gestionada resiliência a tal facto. 

Sendo que de entre meio tive de me auto assumir pela negativa ou ao menos como positivamente inócuo, ainda que em absoluto não conformado com isso, à cautela passei por um lado a auto passivizar-me pratica, (inter)activa e funcionalmente perante a vida, com não raro subsequentemente profundo auto isolamento pessoal/social; enquanto por outro lado procurava absorver e seguir as melhores referências pessoais, humanas, sociais, naturais e em suma vitais; o que em si mesmo é um Mundo que pela vertente de me ter passivisado e auto isolado interpessoal e socialmente pode ir e vai da inata energia vital que habita em mim e à qual necessitei dar vazão perante a própria vida mesmo que em passividade e/ou em isolamento interpessoal e social; enquanto pela vertente de absorver e seguir as melhores referências de vida pode ir e vai desde a resiliente plantinha silvestre que nasce, cresce e floresce numa fenda entre o negro e escaldante asfalto, até à mais sublime expressão artística humana. Que já agora e durante pelos menos duas décadas e meia consecutivas, tudo com um grande denominador comum que foi eu ler tudo o que me viesse circunstancialmente parar à mão e/ou que a mim mesmo me interessa-se, desde a impressa escrita até à pura literatura, que respectiva e objectivamente eu procurava em bibliotecas ou que se podendo adquiria por e para mim mesmo. O que como tal, mesmo que não por directa derivação de ler e inclusive contra todas as expectativas de partida pró qualquer minha expressão escrita, me tenha no entanto levado mais tarde a começar a escrever acto espontâneo, por força de circunstancias que nada tiveram por si sós directamente que ver com ler ou com escrever, mas para com o que o prévio, semi-objectivo ou instintivo, facto de eu ler, creio ter acabado por ser determinante para eu começar a escrever, sem sequer ter pensado previamente nisso. Em qualquer dos casos, ler e escrever, como actos essencialmente solitários, reservados, dalgum modo pró monásticos e eremiticos. 

Com o imediatamente anterior a dar por si só razão ao facto, inclusive já por mim aqui referido mais que uma vez, de designadamente ressalvadas excepções laborais/profissionais pró subsistência básica e imediata e/ou de minhas mais raras e circunstancias aberturas interpessoais/sociais próprias, de resto e sem lamentos nem regosijos, as últimas três décadas e meia da minha vida terem sido essencialmente vividas de forma mais pró monástica e eremiticamente reflexiva/contemplativa do que interpessoal e socialmente prática/funcional.  

Logo esta minha existência virtual, já seja pela minha exposição escrita ou fotográfica ou já seja pela vertente interpessoal e social que dai pode derivar e que duma ou doutra forma tem derivado de facto, está em qualquer dos casos esta última nos antípodas da minha dimensão existencial real, ao menos das últimas três décadas a esta parte; ainda que e/ou até por duma ou doutra forma com esta minha expressiva e pró interactiva existência virtual, derivada de entre o paradoxo de me ter auto assumido a mim mesmo pela negativa ou como positivamente inócuo logo na minha adolescência, levando respectivamente a auto passivizar-me ou isolar-me interpessoal e socialmente, mas não positiva ou absolutamente conformado com isso, tendo então passado duma forma semi-objectiva e intuitiva a auto gestionadamente procurar absorver e seguir as melhores referências da e na vida. Talvez ou seguramente por esta última vertente, também esta minha existência virtual de expressiva base escrita ou fotográfica mereça a imensa, que em alguns casos diria mesmo indescritível honra de quem até à data aqui vai seguindo e/ou (inter)activamente participando nesta minha existência virtual.

Só que apesar dos incontornáveis pontos de ligação e de equilíbrio, de entre esta minha expositiva e pró interactiva existência virtual, versos a minha reservada ou mesmo auto isolado existência real, termine por haver um significativo/substantivo abismo nem sempre, nem por vezes de todo fácil de transpor. Tanto mais assim quanto de momento exerço uma actividade laboral/profissional pró subsistência básica e imediata, em grande medida de índole interpessoal e social, inclusive porque esta última implica também directo atendimento ao público, o que por si só já exige tanto ou mais de mim face à minha inversamente reservada ou isolacionista existência, do que por exemplo me exige esta minha expositiva ou interactiva existência virtual, inclusive enquanto esta última em grande e irónica medida derivada da minha reserva e/ou passividade interpessoal e social. 

Em suma, numa base e sequência que é substantiva e argumentativamente muito mais extensa, profunda e potencialmente complexa do que cabe no presente contexto, face ao que a minha presente exposição até já vai muito significativamente longa no presente contexto, concluo então confessando que de momento estou com particular dificuldade em gerir e fazer a ligação entre a minha existência real e esta minha existência virtual. Daí que nos últimos tempos eu sequer tenha visitado os por si só muito honrosos e inspiradores espaços virtuais que eu mesmo sigo, coincidentes ou não com quem aqui honrosamente me segue a mim _ inclusive, até há dois ou três dias atrás, estive cerca de toda uma semana inteira sem sequer ligar o computador, logo sem respectivamente aceder à Net duma perspectiva pessoal, visto que ao nível laboral/profissional tenho de ciclicamente o fazer. 

Pelo que, agora mais que nunca, sem garantias de quando aqui regressarei com minha expressão fotográfica e/ou escrita própria; mesmo que, salvo imponderável de força maior, com a certeza de que voltarei porque disso necessito; no entanto e em qualquer caso passarei imediatamente a (re)visitar os vossos espaços virtuais (blogues) próprios, ficando desde já e acima de tudo a minha muito reconhecida gratidão, desde logo pela vossa inspirada e inspiradora existência própria aí desse outro lado, no limite e em última instância aquém e além de qualquer vossa participativa e/ou interactiva acção para comigo. Ainda que no caso eu também tenha de deixar uma especial palavra de gratidão e/ou em último caso de perdão a toda/os a/os que aqui explicita, participativa e/ou interactivamente me seguem e mas a quem eu nem sempre correspondo em devido tempo e pontualmente sequer em absoluto. Pelo que também e/ou especialmente por vós escrevi o que está a culminar no presente.

     VB        

domingo, 4 de agosto de 2019

Natureza (E.T.)...


A foto acima foi originalmente feita no dia 01 de Julho último. E logo no momento em que a fiz imaginei, algo humuristicamente, publicá-la com sub acompanhamento do tema musical " Sr.º Extra Terrestre" de Carlos Paião, ainda que num primeiro momento na duvida de entre a versão original de Amália Rodrigues _ https://www.youtube.com/watch?v=Fi5XFlR3opc _ ou a mais recente versão de Gisela João(?)...  

Só que como raramente publico fotos imediatamente após fazê-las, entretanto, sem que a mesma soubesse de mim e/ou eu dela, curiosamente a para mim muito estimável amiga Ana Freire, publicou precisamente a foto dum gafanhoto, com sub acompanhamento musical do tema "Sr.º Extra Terrestre" de Carlos Paião, na voz de Gisela João _ https://www.youtube.com/watch?v=X-mFf9dXnUI. Pelo que a ideia original em causa, tal como exposta, é já com todo o devido mérito da minha amiga Ana Freire, com uma correspondente bela foto de Jorge Gonçalves _ http://artandkits.blogspot.com/2019/07/et.html. Mas fica registada a curiosidade de como por vezes há uma espécie de mente Universal, relativa a uma determinada temática e no fundo à própria vida, que naturalmente toca a mais de um/a de nós, mas a que apenas alguns de nós correspondemos, mais ou menos, imediatamente na prática.  

Sequência de que como derivação à minha ideia original face a esta mesma foto, com entretanto pública antecipação de equitativa ideia original por parte da minha amiga Ana Freire; aproveito para no presente caso expor um meu raciocínio acerca da nossa humana relação face à natureza selvagem. Tendo por base uma reportagem do noticiário televisivo, aludindo à actualidade nacional interna, de antes-de-ontem (02/08), mostrando um tratador do zoológico de Lisboa com uma ave silvestre na mão a explicar a uma série de crianças muito pequenas a importância da preservação da natureza. Ainda que tendo eu apanhado a reportagem já em andamento e não sendo particular especialista na matéria, não consegui objectivamente identificar a ave que o tratador tinha entre mãos, mas andava algures entre o mocho, a coruja e o bufo.

 E ao assistir aquilo, em companhia dum meu familiar, logo comentei: _ Bem! Estar o tratador do zoológico a fazer uma palestra acerca da importância de preservar a natureza, perante crianças de tenra idade, com uma (já) domesticada ave silvestre entre mãos, equivale a meu ver e sentir ao já velho e muito batido ditado: "faz o que eu digo, não faças o que eu faço!". O que a também meu respectivo ver e sentir é algo como mínimo contraditório, que salvo eventual excepção, regra geral, jamais funcionará muito bem, por si só. Pois que para mim o coerente e objectivo exemplo prático fala mais alto que tudo o mais. E o exemplo prático, para casos como o aqui em causa, funcionaria coerente ou mesmo absolutamente melhor levando as crianças a passear na natureza, explicando-lhes o que é cada uma das espécies animais silvestres que se vão encontrando ou objectivamente buscando, respectivamente como vivem estas últimas e qual a sua importância no ciclo da vida natural. Ao estilo do que, salva a imodéstia familiar, algumas e para mim muito marcantes vezes fez a minha mãe e/ou um meu tio-avô, levando-me por exemplo a ver alguma cria de lebre, de coelho bravo e/ou ninhos de diversas aves silvestres, explicando-me o que eram, sem no entanto me deixarem mexer, porque alegadamente depois: "os pais daqueles pequenos e frágeis seres ficariam muito tristes por lhe roubarmos os filhos!" _ mesmo que posteriormente, durante uma fase da minha juventude, por outras diversas ou mesmo inversas referências, eu tenha violado em absoluto os exemplos da minha mãe e do meu tio-avô atrás referidos, ainda que já enquanto adulto tenham sido estes últimos que finalmente prevaleceram e prevalecem em mim. 

Resumo e moral da história foi que a recente reportagem noticiosa-televisiva, em pleno Jardim Zoológico de Lisboa, culminou com a repórter televisiva a perguntar às próprias crianças o que haviam aprendido e do que mais haviam gostado. Cujo precisa e ironicamente a ultima criança a falar, por mero acaso do género masculino, nem de propósito, concluiu dizendo: "eu gostava de ter uma coruja amestrada!"... parecendo-me a mim que esta última (criança) aprendeu muito pouco ou mesmo nada acerca de preservação da natureza e quiçá muito mais acerca da contradição com que se vira confrontada, na melhor de entre as piores das hipóteses, com prevalência para a captura e domesticação da fauna natural selvagem. 

Tudo o anterior sem absoluto prejuízo do já irónico mérito dos jardins zoológicos e do zoológico de Lisboa em concreto na preservação dalgumas espécies em vias de extinção ou já mesmo extintas na natureza, em qualquer dos casos por nossa directa ou indirecta acção humana!

VB