quarta-feira, 3 de julho de 2019

Tempo de voar...

...primeira foto da sequência, retrata uma cria a ensaiar repetidamente o voo, sobre o próprio ninho.

... parcial mostra duma série de ninhos, que na totalidade se estendem ao longo dalguns quilómetros.

...nidificando, também, nas árvores.

...no solo para alimentação própria e recolha de comida para as crias.

                                   
...partida duma família.

...a caminho da liberdade, no espaço "sem fronteiras"!
  
...encontro de famílias, em pleno voo.

...elegância e poder de voo em altitude.

...condizente com o sujeito, partida em preto e branco!

Segundo rezam as crónicas, as novas gerações de simpáticas cegonhas saem do ninho pelo São João. Cujas fotos acima foram precisa e objectivamente, por mim, feitas no próprio dia de São João. Sequência de que, independente dos motivos que da minha parte a isso levaram, uns dias de atraso, de entre o momento em que fiz as fotos e o presente momento em que as estou a partilhar, está-me ainda a ser, mais propositada ou despropositadamente, suscitado partilhar: 

TIME

                                        

O "tic-tac" vai marcando cada momento de um dia morto
Você gasta à toa e joga no lixo as horas, descontroladamente
Perambulando de um lugar para outro em sua cidade natal
Esperando por alguém ou algo que te mostre o caminho

Cansado de tomar banho de sol
De ficar em casa vendo a chuva
Você é jovem, a vida é longa
E há tempo para desperdiçar
Até que um dia você descobre
Que dez anos ficaram para trás
Ninguém te disse quando começar a correr
Você perdeu o tiro de largada

E você corre e corre atrás do sol
Mas ele está se pondo
Fazendo a volta para nascer outra vez atrás de você
De uma maneira relativa o sol é o mesmo
Mas você está mais velho
Com menos fôlego e um dia mais perto da morte

Cada ano vai ficando mais curto
Parece não haver tempo para nada
Planos que dão em nada
Ou meia página de linhas rabiscadas
Esperar em quieto desespero é a maneira inglesa
O tempo se foi, a música terminou
Pensei que eu tivesse algo mais a dizer

Em casa, novamente em casa
Eu gosto de estar aqui quando posso
Quando chego em casa cansado e com frio
É bom pra esquentar meus ossos ao lado da lareira
Bem longe, do lado de lá do campo
O badalar do sino de ferro
Chama os fiéis, de joelhos
Para ouvir o encanto suave de suas palavras

                                                       Compositor: Mason, Waters, Wright, Gilmour

13 comentários:


  1. Tenho um enorme fascínio por cegonhas! Ainda hei-de tentar saber mais sobre elas.
    Tu utilizaste exactamente o adjectivo certo para as descrever... ELEGÂNCIA! A cegonhas têm um porte e um elegância que poucas aves possuem.

    Quanto à música... é um velha amiga.
    Curiosamente estou mais habituada a ler a letra em inglês.

    Ainda bem que passei por aqui a horas certas, mesmo que o relógio esteja desacertado do teu e estejamos a falar um para o outro em diferido.

    Beijinhos antes do sino soar
    (^^)

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  2. Acho maravilhoso poder ver cegonhas assim e seus ninhos.Adorei! abraços, tudo de bom,chica

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  3. Bom dia. Muito obrigada pela partilha das fotos. Adorei os poemas :))

    Hoje:-Castelos no ar...arco iris esplendoroso .

    Bjos
    Votos de uma óptima Quarta-Feira.

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  4. Me ha encantado las secuencias de imágenes. Me ha recordado cuando estuve en Malpartida (Cáceres). Allí se concentra el mayor número de cigúeñas.

    Es como si estuviera otra vez en ese lugar.

    https://festivaldelasgrullas.juntaex.es/viajar/turismo/es/explora/Semana-de-la-Cigueena-00001_1924203554/

    Por si te interesa conocerlo te he puesto un enlace.

    Besos

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  5. Lindo o voo da cegonha
    De atavismo elegante!
    Belo poema, bastante
    Alerta ao que o sol se ponha

    Sem que desperte o pamonha
    Que tem de ir adiante
    À luta, seguir avante
    Senão, ficará medonha

    E inútil a batalha.
    Eu não caio nesse malha!
    Eu vim vim a vida a passeio!

    Deixo a minha hora falha,
    Vivo no fio da navalha,
    Mas com espírito cheio!

    Grande amigo, linda postagem! Parabéns, prezado! Grande abraço! Laerte.

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  6. Pura maravilha, ver um número tão considerável de ninhos... adorei as imagens, que me restituem alguma esperança, no nosso país... mostrando que mesmo em zonas mais inóspitas... se elas são um refúgio seguro para as aves... também o serão para as pessoas... muitas delas... já em debandada das cidades... redescobrindo os encantos do nosso Portugal mais profundo...
    Pink Floyd... um grupo sempre intemporal... graças à genialidade do seu talento...
    Adorei pousar por aqui, nesta belíssima publicação!
    Beijinho! Votos de um feliz domingo e de uma óptima semana, Victor!
    Ana

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  7. Achei maravilhosa a sequência das fotografias das cegonhas. E que bom foi ouvir aqui os Pink Floyd, que lembraram tempos passados…
    Uma boa semana.
    Um beijo.

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  8. Também adorei a sequência de fotografias! As nossas cegonhas a Sul...

    Beijinho e grata pela presença no Rara Avis.

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  9. Gostei da sua visita e das suas fotos! Te sigo.

    juliamodelodemodelo.blogspot.com

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  10. Bem! Por um lado andei atrasado de entre o momento e que fiz as fotos e o momento de as publiquei, em especial quando o momento em que as fiz era importante em si mesmo. Mas por outro lado andei adiantado tendo por base o momento em que as publiquei e o presente momento em que finalmente me presto a corresponder a quem aqui reagiu às mesmas, em especial quando quem, como vós, aqui reage às mesmas me merece um muito honroso respeito e consideração. Enfim, parece que, ao menos, aqui na dimensão virtual, ando um tanto fora de tempo, para trás e para a frente! :-)

    Clara, grato pelas sempre amigáveis palavras, aprazendo-me o comum gosto pelas cegonhas e pela música (Pink Floyd); já quanto ao "desacerto do relógio, entre nós", parece que o meu relógio está desacertado por si só, de entre a minha existência real e esta minha existência virtual. Beijo, já para além de todos os sinos terem soado ;-)

    Chica, como sempre, apraz-me que tenha gostado e obrigado por mo dar a saber. Abraço de gratidão, com votos bom Domingo e continuação...

    Larissa Santos, Obrigado eu pela sempre gratamente valorativa presença da Larissa. Encanta-me que tenha gostado das fotos e do poema musical dos Pink Floyd. Beijos, com votos de bom Domingo...

    Antónia, és siempre un gusto recordar lo que nos trae buneas memorias! Me encanta que las fotos que aqui comparto te hayan transportado de nuevo a un lugar de "sueño"! Claro que me interessa tu enlace, a lo que ya he dado uso y me ha encantado. Gracias, por todo. Besos y buen Domingo...

    Laerte, meu transcendente amigo, as suas poéticas dedicatórias às minhas humildes partilhas aqui, honram-me para além do que eu consigo expressar e/ou por si só à partida poderia minimamente conceber de mim para mim mesmo. Que então as minhas fotos falem por si sós, por mim e para com o caro Laerte, porque a mim custa-me encontrar as devidas palavras de gratitude. Abraço de toda a gratidão que me é possível, com votos de bom Domingo...

    Ana Freire, para além de naturalmente agradecer as sempre simpáticas, positivas, amigáveis, mas também eloquentes e lúcidas palavras da Ana, que de resto falam por si sós, resta-me tão só expressar a minha satisfação por com esta minha mista partilha fotográfica-musical, lhe ter suscitado as melhores sensações! Obrigado minha amiga. Beijos e bom Domingo, já 14/07,...

    Kinga K, grato pela visita e pelo comentário, que em qualquer dos casos muito me apraz _ procurarei corresponder, na equitativa medida do possível! Abraço e bom Domingo...

    Graça Pires, minha muito honrosa amiga, como invariavelmente sempre, apraz-me que tenha gostado, neste caso, de toda a sequência fotográfica. Quanto aos Pink Floyd (PF), que de facto vêm e remetem para o passado, também têm uma forte vertente intemporal _ recordo por exemplo um concerto ao vivo do Roger Waters, com um público assistente literalmente dos "oito aos oitenta", mesmo que maioritariamente de meia-idade... Bom resto de Domingo, com extensão a toda a restante semana. Beijo

    Ana Tapadas, é já quase escusado dizer o quanto me apraz suscitar boas sensações em que observa as fotos que aqui partilho e o quão grato é para mim que mo passem a saber. A que no presente caso acresce a minha subscrição às palavras da Ana: _ "as nossas cegonhas ao Sul...". Obrigado eu, cujo proveitoso prazer da minha presença no Rara Avis é meu. Beijo, com votos de bom Domingo...

    Júlia Evelyn, é um prazer visitá-la e que goste das minhas fotos. Obrigado eu pela visita, pela participação e pelo seguimento. Abraço e bom Domingo...

    VB

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  11. Víctor Bairão, mas que interessante publicação sobre as cegonhas e o seu tempo de ser, a despertar em nós o curioso imaginário da infância, repleto de simbologias de retraimento - coisas de um outro tempo -, quando os mais velhos emprestavam às cegonhas o protagonismo de táxis aéreos, sediados em Paris... mas só para recém-nascidos.
    As cegonhas, neste seu trabalho (do Vairão e delas), configuram um hino à liberdade, à independência, à elegância e ao saber-estar no tempo que, tal como escreveu T. S. Eliot, "é toda a eternidade", embora o homem tenha decidido contabilizá-lo, confundido pelas voltas da Terra. Mas é dessa realidade e de todas as suas implicações que surge a magistral inspiração de Mason, Waters, Wright e Gilmour - Pink Floyd -, num legado que nos brinda com uma letra e música que se enquadram, na perfeição, na visão poética de Eliot.
    Um óptimo fim-de-semana.

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