Após ter escrito cerca de três quartos de centena de páginas, desde o inicio e em respetiva sequência do corrente surto pandémico que, de resto, se apresenta (ainda) sem fim à vista. Como sempre, também de momento me termina sendo difícil sintetizar, mesmo que conceptualmente, em poucas palavras o que penso e sinto ao respeito. Por si só não sei bem se o faça num tom mais grave, mais irónico, mais irascível, mais humorístico, etc. etc., salvo que precisamente enquanto já escrevo estas linhas, segundo me estão a vir imediatamente à cabeça, também me está a ser suscitado continuar a fazê-lo espontaneamente segundo o meu estado de espírito do momento, o que substantiva e formalmente, melhor ou pior, da ainda mais resumida forma possível, é como já constatável.
Além da viral afectação fisiológica, está a pandémica
afectação mental
Tendo as múltiplas e diria mesmo infindas contradições
humanas relacionadas com a vigente pandemia como base, desde logo contradições
ao oficial nível médico(DGS) e político(Governativo), o que se a diversos
níveis não fosse triste seria até humoristimente risível, a exemplo de
quando em prol do confinamento na Primavera, como se duma verdade absoluta se
tratasse, começou oficial e pró impositivamente a dizer-se:
_ Máscaras de proteção não! Porque o uso
de máscara é uma ilusão, que leva o indivíduo a imaginar que está
protegido, quando bem pelo contrário pode estar a correr riscos maiores! Seja
que apenas o confinamento é eficiente!”. Sequência de que _ salva a
imodéstia da minha parte _, desde logo ao nível dos meus ciclos
familiares e sociais, sensatamente eu sempre disse: “a economia
não matará o vírus, mas seguramente que, mais cedo que tarde, matará esta
irrazoável paranoia pró confinante.” E quanto a isso, como já
reza a história, não me enganei nem um milímetro. Até porque perante um
pandémico factor patológico sem fim à vista, nem farmacologia preventiva ou
curativa disponível, o simples e duro confinamento estava económica e
socialmente condenado a muito curto prazo, por não dizer logo à
partida. Seja que, acto imediato, mal a degradação económica e social
começou a tornar-se óbvia e insustentável, também em literal inverso, as mesmas
supremas oficiais autoridades médico-sanitárias e político-governativas,
como se duma não menos verdade absoluta que a anterior e mas inversamente à
anterior se tratasse, passaram a adotar o discurso de que dever usar-se máscara
de proteção, porque alegadamente esta é ou repentinamente passou a ser dos
melhores meios de evitar o pandémico contágio. O que em resumo, não sei se
é mais para rir, para chorar ou simplesmente para embasbacar?! Mas em qualquer
caso faz recordar a reacionária lengalenga das regras do chefe, cujas primeiras
três regras rezam logo assim: "regra 1, o chefe tem razão; regra 2, o
chefe tem sempre razão; regra 3, quando o chefe não tem razão aplicam-se as
regras 1 e 2; e assim sucessivamente ...".
Paralela ou posteriormente ao anterior, vieram
impositivas medidas oficiais como a de ter deixado de sequer se poder ver os
mortos da própria família, creio que independente de falecido com ou sem
COVID-19. Mas mesmo que exclusivamente para os falecidos com COVID-19, esta
última radical medida que afetou e eventualmente continuará a afetar todas as
pessoas/famílias que se tenham visto ou continuem a ver sob sua alçada, me
pareceu e parece a mim uma medida profundamente insensata, por não dizer mesmo
prepotentemente ofensiva. É que, por mais não dizer, se o (corona)vírus,
causador de Covid-19 se transmite e propaga essencialmente pelas vias
respiratórias ou mesmo que pelas diversas excreções humanas, parece-me a
mim que, salvas as devidas excepções, a esmagadora maioria das pessoas mortas
já não excreta coisa alguma e muito menos expira. Pelo que com algumas básicas
medidas preventivas, como desinfeção da urna e, se acaso, hermética colocação
de algo transparente, como um acrílico sobre o defunto, este poderia ser visto
uma última vez pela própria família, no limite até para se ter a certeza de que
se está a fazer o funeral ao próprio familiar. Tudo isto enquanto o transportes
públicos nas grandes cidades andam apinhados até nem mais! Enfim, parece
ter sido mais fácil cair na radicalidade de proibir o acesso, sequer visual,
dos próprios familiares aos seus respetivos mortos, do que por exemplo criar
condições para também nos transportes públicos urbanos se cumprirem minimamente
as distancias de segurança pandemicamente exigíveis, desde logo exigíveis nos
restantes contextos extra transportes públicos, enquanto ainda distancias de
segurança entre vivos, que expiram e afins!
Como mais um exemplo dos múltiplos, que diria mesmo
infindos paradoxos inerentes, recentemente recordo por
exemplo, que no respeitante ou no despeitante à (não) presença de público nos
estádios de futebol, ter escutado o treinador do FCP, Sérgio Conceição,
dizer na primeira pessoa que os atletas e equipas técnicas dos clubes de
futebol são das entidades pessoais e colectivas mais testadas à COVID-19, na
ordem das já dezenas de vezes em relativamente pouco tempo, que se bem recordo,
ao nível das três dezenas de vezes até aquele mesmo momento (19-09-2020), tão
só no FCP _ ainda que aqui se deva reconhecer que a não presença de público nos
jogos de futebol não tenha direta ou absolutamente que ver com a maior ou menor
testagem dos oficiais stafs das próprias equipas de futebol, mas isso é uma outra
conversa. Pelo que, aqui para o contextual caso, importa sim acrescentar
que como mais uma que diria mesmo paradoxalmente insólita curiosidade,
pandemicamente alusiva, foi o mesmo Sérgio Conceição, na mesma respectiva
conferência de imprensa, em que disse o anterior, ter também e mas em radical
sentido inverso ao anterior, referido que tem familiares próprios a
trabalhar nos serviços de saúde que jamais foram testados à COVID-19 _
levando-me a acrescer, agora a mim, que talvez seja também por isso que, segundo
parece, os serviços de saúde são paradoxalmente uma das, principais, fontes de
contágio do SARS COV 2, com patológica extensão em COVID-19!
Por outro lado ainda e porque as contradições humanas,
pandemicamente alusivas, são mesmo intermináveis, também para além das
restritivas e/ou irrazoáveis imposições já atrás referidas, temos ainda por
inerência do decreto pandémico, os correspondentes alertas alusivos à
utilização de medidas de segurança, desde logo alertas de auto proteção de cada
qual, com correspondente reflexo no todo, direta e/ou colateralmente,
envolvente. A alertantes exemplos de: "em publico e/ou em sociedade,
mantenha as distancias de segurança pessoal, oficialmente indicadas em cerca de
2 metros"; por alertante acréscimo: "lave e desinfete
frequentemente as mãos, desde logo, de cada vez que tocar nas mais diversas
superfícies, em especial de uso público"; além de, como já referido em
anterior parágrafo, não de imediato e mas por força económico-social,
com a reflexa reabertura do comércio e da própria sociedade, pós confinamento
geral, veio o inevitável alerta de: "em recintos fechados e/ou em
público use máscara de proteção, em especial sempre que não seja possível
manter a distância de segurança, em cerca de 2 metros"; mas,
aparentemente não menos importante que o alertante demais, veio ainda o alerta
de: "não entre em sua própria casa com o calçado que usa na rua, porque
o (corona)vírus é muito agressivo e de fácil contágio, podendo ser transportado
da rua para casa por via do calçado"; enfim, para além das
confinativas imposições, as próprias alertantes variações são múltiplas e para
diversos (des)gostos, mas basicamente todas sustentadas pelas alegadas
agressividade e facilidade de transmissão do (corona)vírus. Cujo em directa sequência
desta mesma e ultima acepção, me parece entrar outra profunda contradição, que
passa pelo facto de apesar da tão alegada agressividade e facilidade de
propagação do (corona)vírus, que até aos sapatos chegará, no entanto para fazer
o teste de despiste do vírus e/ou da sua patológica derivação em Covid-19 seja
necessário enfiar uma zaragatoa de vários centímetros nariz acima, até quase
chegar ao cérebro, em diversos casos provocando mesmo sangramento nos
analisados. Cujo, até dada a sua oficialmente alegada agressividade e
facilidade de passar de pessoas para pessoa, inclusive para, no
limite, nem os mortos poderem ser vistos pelos seus próprios familiares e/ou os
sapatos de cada qual terem/deverem ficar preventivamente à porta de casa, me
leva ainda a perguntar se o Sars-Cov 2 e/ou a subsequente Covid-19 não deveriam
ser superficialmente detectáveis, por exemplo, na própria saliva?!
Antes, durante e/ou depois de tudo o oficialmente já
decretado e por mim em grande critica medida aludido atrás, está ainda oficiosa
e/ou popularmente um fenómeno designado de ser-se mais papista que o
próprio papa. Pelo que, aqui sendo um tanto mais incisivo, atrevo-me
mesmo a afirmar que, desde logo face à auto exigência que tenho de e para
comigo mesmo, perante as mais básicas e até grosseiras contradições
técnico-especialistas que se têm cometido aos oficialmente superiores
níveis médico-sanitário e político-social, com intermédia veiculação
mediático-jornalística, se fosse eu a estar no responsável lugar de topo das
superiores entidades oficiais em causa, designadamente ao nível da DGS e
do Ministério da Saúde, já há muito me teria demitido, desde logo por
repetidamente me dizer e desdizer a mim mesmo, em qualquer dos casos como se,
com a maior das aparentes convicções, estivesse permanentemente na posse
da verdade absoluta, como quando por concreto e reiterado exemplo
primeiro se gritava “fiquem em casa”, inclusive com oficial-legal imposição
de recolher obrigatório, para imediatamente após e como obviamente
indispensável, com o respectivo apertar das necessidades económico-sociais, ao
literal invés do pró confinante "fiquem em casa" se
passou a gritar “saiam de casa, caminhem, vão aos cafés, aos restaurantes,
ao comércio em geral e consumam” _ o que de resto só se pode minimamente
entender e/ou pelo menos suportar num praticamente ditatorial e em
significativa medida cego contexto médico-sanitário, com extensão
político-social de, mais ou menos, fundada base pandémica. Sendo
inclusive nesta última ditatorial acepção, de fundamento pandémico, que entrou
e entra quem de entre o bom do povinho fosse
e ainda seja mais papista que o próprio papa,
designadamente dizendo diversos elementos do povinho, alto e bom som, durante o
primeiro Estado de Emergência Nacional, com genericamente correspondente
confinamento/recolher obrigatório, que se deveria ter
confinado/recolhido todos mais cedo e mais radicalmente do que em efectivo se
chegou a fazer _ digo eu que eventualmente estes últimos elementos do
povinho, mais papistas que o próprio papa, devem
ter sido e como tal continuar a ser dos que, nas pandémicas circunstancias
vigentes, inicialmente durante o primeiro confinamento geral andaram a
açambarcar tudo nos supermercados, eventualmente pensando que com
isso estariam confinadamente prevenida/os para muito e bom tempo,
segundo consta com particular destaque para doméstico aprovisionamento de papel
higiénico! 👀
De qualquer modo e em resumo de tudo isto me leva a
concluir que de entre a espada da afetação viral e a parede da
degradação económica, me parece a mim que, em significativa medida, do
topo até à base da oficial e oficiosa sociedade humana, se entrou genérica
e transversalmente em paranoica irrazoabilidade e no limite mesmo em decadência
mental _ com positiva ressalva dos próprios idosos, que mais que
ninguém, por pandémica e confinante derivação, têm em muitos e mesmo
em de todo demasiados casos crescentes motivos para ter algum tipo de afectação
anímico-mental, independente de afectação físico-viral _ sendo que sequer posso
ou quero imaginar o que terá sido e continuará a ser para idosos internados em
lares e afins, repentina e radicalmente terem sido privados de visitas
familiares, desde logo privados do contacto com filhos e netos!? 🙏
VB
Nota: Estou, de novo, sem acesso próprio à Net. Mas no caso não tanto por opção própria, quanto por motivos que em significativa parte me ultrapassam, designadamente por dificuldades de rede. algo que vou tentar resolver dalguma forma, a mais curto ou médio prazo. Pelo que para partilhar o texto acima, escrito no passado dia oito, tive de esperar a oportunidade de conjuntural disponibilidade temporal e de acesso a um hi-fi que me seja confiável.
Entretanto tenho pouca disponibilidade/possibilidade para vos visitar, mas na medida do possível, não deixarei de o fazer. VB
Muy interesante tu publicación. Es un virus que ha corrido como la póvora de nación a nación y todos estamos muy preocupados, ya que aún no tenemos un vacuna segura y que no tengan contraindicaciones, que sea peor que contraer el virus.
ResponderEliminarSi no puedes comentar...¡paciencia!,tiempo tendrás para poderlo hacer.
Besos
VB,
ResponderEliminarparece que vivemos numa selva[risos]. Mas, como temos que manter uma mente sã, bora lá gargalhar e fintar o maledito com os apetrechos que são essenciais, e ter fé e esperança que melhores dias virão.
Bom fim de semana, com sorrisos:)
Realmente, enquanto Humanidade, estamos a viver um momento muito mau.
ResponderEliminarAgradeço a visita em tão difíceis condições. Obrigada pelas palavras.
Cá o esperamos...quando puder ser.
Beijo
Antónia, Perséfone e Ana Tapadas. Muito grato pelas vossas positivas ou por si só tolerantes reações, que no caso da Perséfone são também ainda e sempre muito salutarmente sugestivas! :-)
ResponderEliminarPois, de facto estamos a atravessar uma estranha fase que eu auto designo de "entre a espada da afectação viral e a parede da degradação económico-social". Mas como se isso não bastasse, da minha parte tão pouco termino de estabilizar a minha presença aqui nesta dimensão virtual. De resto estou de momento sem acesso próprio à Net, na presente circunstância derivado a motivos que ultrapassam em muito a minha unilateral opção própria. De resto estou a escrever o presente precariamente em plena rua, com acesso a um hi-fi público _ o que neste último caso não me agrada em absoluto, mas é o possível de momento, Inclusive já tive de reescrever, mais que uma vez, este comentário por entretanto o ter apagado acidentalmente. Mas tal como no relativo ao dito cujo do vírus que tão pandemicamente no aflige, quer pela vertente da sanidade fisiológica, quer pela vertente da sanidade económico-social, em qualquer dos casos com sub afetação psíco-mental mais ou menos generalizada de que necessitamos libertar-nos, também mal comparadamente seja, eu mesmo, na respectiva medida em que o necessite, espero ver minimamente estabilizada a minha presença aqui, a mais curto ou médio prazo.
Mas até lá, por meu próprio prazer próprio, procurarei progressivamente visitar-vos a toda/os, ao longo da semana que entra, focando-me nas vossas próprias partilhas, muito aquém e além destes meus dilemas próprios, desde logo alusivos à minha instável/precária presença aqui!
Em qualquer caso e acima de tudo, ficam desde já os meus votos de boa semana a toda/os!
VB
Não está fácil Amigo. Precisamos de coragem, paciência e esperança em melhores dias.
ResponderEliminarUm abraço.
Claro, minha amiga. Esperança sempre, aliás quanto mais difíceis as circunstancias mais esperança se necessita ou inclusive resta. Já quanto a coragem e a paciência, curiosamente, creio que nunca me faltaram nestes pandémicos dias. Cujo o que me chega a intrigar e no limite mesmo a irritar q.b., são as múltiplas e por vezes até grosseiras contradições humanas pandemicamente inerentes. Mas em qualquer caso, nada com que eu não possa lidar, duma ou doutra positiva forma, mesmo quando por exemplo possam estar a sofrer e/ou a morrer muitas mais pessoas por colateral efeito pandémico do que por directo efeito viral! Pelo que só mesmo melhores dias podem vir, nem que pelo meio tenham de eventualmente piorar, ainda, um pouco mais!!!
EliminarEsperançoso abraço
VB
Olá, meu amigo!
ResponderEliminarUm longo texto, onde se fala da pandemia que estamos todos, todo o mundo vivendo e para a qual há imensas teorias. Temos que pensar pela nossa cabeça, caso contrário damos em doidos.
Lamento que não o tenham deixado expressar ou que fosse o último a ter essa possibilidade e mesmo assim, não lhe davam oportunidade de falar. Por essas e por outras, desculpe o que vou dizer, é que os seus posts são enormes. Consulte um psicólogo, que está ali só para o ouvir falar. Eu estudei 2 anos Psicologia e entendo bem a sua situação.
Outra vez sem acesso à Net? Que coisa! Tem de resolver a situação com calma.
Grande abraço.