Vou contar uma "pequena" história subjacente à foto aqui em causa, como meio e forma de dar a entender
que se a cena que a foto retrata à partida só
deveria mesmo ter mero interesse fotográfico, no entanto por uma oportuna coincidência
do destino posso dizer que captei uma foto que inclui como fundamental ponto de
interesse não só a silhueta duma esbelta jovem rapariga num belo quadro envolvente, como também duma esbelta jovem rapariga num momento de, no mínimo aparente, plena paixão no ar de entre a
própria e um jovem da sua respectiva faixa etária, que neste último caso não aparece na foto, mas
que se encontrava a umas escassas dezenas de metros na margem do leito fluvial. Enquanto
apaixonada sequência de que passei a aperceber-me, inclusive para além do que
me interessava, precisamente enquanto fazia a sequência de pouco mais de meia dúzia de fotos que oportuna e circunstancialmente me foi permitido fazer e de que cuja foto aqui exposta foi a penúltima e no caso a que conclui como melhor das
mesmas. Mas entretanto a história é a seguinte:
Quando cheguei ao local, deparei-me basicamente
com a cena retratada, salvo que a rapariga retratada em silhueta, no primeiro momento em que a vi enquadrada no global contexto envolvente e tal como se pode constatar na foto, incluiu o intermédio facto de que enquanto eu retirava a máquina fotográfica da bolsa e me aproximava na expectativa de encontrar um ângulo ideal para a fotografar no atraente contexto envolvente e a que a sua presença conferia o mais sublime toque de atractividade, eis que de entre meio a mesma recostou-se para trás deitando-se sobre o cais móvel, perdendo como tal, em muito significativa medida, o interesse fotográfico _ ao menos do ponto e da perspectiva em que eu me encontrava. Restava-me então esperar que a jovem rapariga não se mantivesse muito tempo na posição de deitada, até porque eu mesmo dirigia-me em sua direcção através dum acesso de não corrente passagem de pessoas e em que estando eu também muito exposto, se como tal ficasse mais do que um certo tempo ali de máquina fotográfica na mão e a apontar para a jovem rapariga poderia dar a sensação de perseguição ou coisa que o valha. Mas que portando a
máquina fotográfica comigo não resisti a começar a fotografar, mesmo enquanto caminhava e com a rapariga deitada, na esperança de que a mesma voltasse à posição de sentada tão breve quanto possível. E que precisamente após
captar duas ou três primeiras fotos com a rapariga deitada, sem grande interesse enquanto
tal, mas que me ia servindo para testar ângulos, leitura de luz, etc.; quando eis que não mais do que após um escasso minuto deitada a mesma se
voltou a sentar, sempre comigo a aproximar-me um pouco mais do ponto
onde a mesma se encontrava. Pelo que para não perder oportunidade, antes mesmo de me aproximar e/ou de me posicionar da forma mais
fotograficamente interessante para mim, como que intuindo que a mesma poderia voltar a deitar-se ou se a caso a levantar-se continuei a disparar enquanto caminhava aproveitando precisamente agora já o facto da mesma se ter voltado a sentar, como eu desejava. Sequência esta de que resultou a foto
aqui exposta, como penúltima duma sequência de sete fotos no total, com tudo dentro duma dinâmica do momento que não se fazia esperar e que precisamente enquanto eu fazia as três ou quatro ultimas fotos da sequência, incluída a foto acima, com a rapariga sentada de novo sozinha sobre o cais e em silêncio; eis no entanto que ao ter voltado a sentar-se, também a levou a dirigir-se por palavras a alguém na margem, irrompendo com a seguinte pergunta: _ “Já te vais embora?” tendo recebido como
resposta duma voz masculina o seguinte: _ “Sim! Pois amanhã já tenho de estar em
Lisboa e sigo viagem esta mesma tarde.” Apercebi-me então que quem respondia era um
jovem semi-encoberto pelas copas das árvores face ao local onde eu me
encontrava, reparando eu que dito jovem colocava às costas uma mochila e o que
me pareceu ser uma grande prancha de windsurf, devidamente acondicionada em bolsa dedicada. A partir de que gerou-se um diálogo apaixonado sem grande discrição entre os
jovens, como que numa emergente sequência em que parecia ter havido prévia e
circunstancial interacção entre os mesmos, mas não a suficiente para sequer terem chegado a trocar contactos telefónicos ou electrónicos, quando de repente já o
destino os estava a separar; mas não sem que antes e mesmo que indiscretamente o
rapaz tenha perguntado à rapariga se ela tinha algum contacto electrónico ao que ela
levantando-se e em passo de corrida dirigindo-se ao rapaz que se encontrava na margem, mas também numa certa apaixonada e imatura emergência, antes mesmo de chegar próxima do
mesmo lhe disse tão indiscretamente quanto para que eu ou quem mais na
proximidade ouvisse: _ “procura o nome…” tendo-lhe dito o que tudo leva a crer
seria o seu nome e apelido próprios, com uma inicial de entremeio, o que em qualquer
caso eu nem cheguei a fixar. Tal como não cheguei a fixar o que me pareceu ser a não menos indiscreta troca de referência do local de estudo de ambos os jovens. A partir de que então sim se aproximaram e passaram mais discreta e intimamente a trocar contactos, pelo menos o rapaz escrevia no seu telemóvel, já que a rapariga, talvez por ter saído dalgum imediato prévio mergulho, no momento parecia
não estar na posse de qualquer meio onde anotar o que quer que fosse. E que tendo aquela apaixonada troca de contacto durado escassos
momentos, sempre comigo a caminhar em frente coincidindo
com ter de passar junto de onde se encontrava agora o jovem casal, não pude evitar
aperceber-me que os mesmos se despediam com a rapariga a regressar de novo ao cais
móvel onde momentos antes eu a fotografara como atractiva silhueta, enquanto o rapaz
seguia em sentido inverso. Tendo agora a jovem rapariga de cruzar-se comigo, no seu percurso de volta ao cais, enquanto eu me afastaria do cais em sentido inverso ao seu; isto para dizer que no imediato momento prévio a cruzar-mo-nos não consegui evitar reparar que a rapariga seguia agora com um
semi-sorriso no rosto, mas repentinamente parou mesmo quando praticamente a meu
lado e baixando um pouco a cabeça reflexiva, creio ter metido um ou dois dedos na
boca, como quem rói as unhas e auto concedendo-se um pequeno compasso de espera, começando eu já a deixá-la para trás, no entanto repentina e algo inesperadamente passou de novo ao meu lado já na mesma direcção em que eu ia e para onde escassos momentos antes se dirigira o rapaz, como seja em direcção inversa ao cais. Tendo-me então ultrapassado a rapariga apressada, enquanto eu que comecei a encontrar outros motivos de interesse, fiquei-me pelo caminho face ao imediato caminhar quer da rapariga quer do rapaz, no mínimo como aparentes agentes de pura paixão.
No caso escusado será dizer que não voltei a ver o rapaz, já quanto à rapariga tão pouco sei se a voltei a ver no resto do tempo em
que estive no local, não só porque o ponto para
onde eu me dirigi havia muita gente e depois eu não reparei suficiente e
especificamente na jovem rapariga, além de natural e genericamente ter
reparado que era esbelta e atraente, como para de resto sequer saber se voltei a cruzar-me com a mesma nessa mesma tarde. Até porque o que entretanto mais me havia
importando com relação à mesma havia sido sacar a foto da sua presença em contra luz, sobre aquele cais
móvel, a que o subsequente apaixonado
contexto apenas veio conferir acrescido interesse à própria foto. Até porque esta última foi concretizada precisamente no momento da primeira troca de, como mínimo aparentes, apaixonadas palavras de que me apercebi por parte da rapariga sentada sobre o cais para com o rapaz que se preparava para partir. Pelo que se a imagem captada não tiver suficiente interesse fotográfico, que então estas minhas palavras confiram ao menos suficiente interesse de apaixonado contexto à mesma!
VB
VB
ResponderEliminaracho que deu um bom titulo à foto, e depois da leitura fiquei a entender melhor, e acho que a foto está bem conseguida.
beijinhos
:)
...numa história que não durou mais que meia dezena de minutos, deu(-me) no entanto para tudo isto... :)
EliminarObrigado pela apreciação
Beijos, minha amiga
A imagem é super especial e vale por si mas gostei ainda mais dela por saber a história
ResponderEliminarum beijinho
Gábi
Obrigado!
EliminarDe facto um momento de verdadeira paixão, para mim fotográfica e de escrita, que me satisfaz tenha passado minimamente para o exterior!
Beijo
Uma imagem extraordinária... e bem ao meu gosto... já que sempre que me é possível, gosto de incorporar luz/luminosidade nas minhas fotos, sempre que possível!
ResponderEliminarGostei imenso se descobrir o seu blog, Victor... e notar por aqui, tanta gente conhecida... :-))
Tudo de bom! Abraço!
Ana
Muito obrigado pela visita e pelo muito positivo comentário... para com o que já agora e nesta foto a presença da luz era incontornável, não só porque a mesma estava mesmo presente, mas também porque era indispensável para o resultado pretendido e constatável!
EliminarNa verdade não tenho quantitativamente muita/os seguidora/es, até porque não faço muito por isso... mas a/os pouca/os que tenho considero que são qualitativamente muito boas/bons... pelo que apraz-me sejam conhecida/os da Ana Freire, que valendo natural e prioritariamente por si só, vale seguramente também por esses seus excelentes conhecimentos... cuja vossa _ já incluída da Ana _ presença/participação, duma ou doutra forma, neste meu humilde espaço virtual muito me lisonjeia e honra :-)
Excelente semana
Abraço
VB
Ainda não estou muito à vontade com o novo Layout do Google+, mas creio que já o estou a seguir... se não fiz asneira... passará a ter 13 seguidores... espero que não seja supersticioso, Victor... que eu também não... :-D
EliminarAbraço! Boa semana!
Ana
De facto com a Ana Freire já conto com 13 seguidores... e mas como não há 14... sem 13 de pouco ou nada vale ser supersticioso, que em efectivo não o sou, pelo menos a ponto de pretender eliminar ou saltar o 13... :-))
EliminarAbraço, obrigado e excelente semana para a Ana
VB
Por vezes andamos horas à procura de uma imagem para fixar e depois bastam uns segundos para se conseguir aquilo que eventualmente nem se procurava mas que resulta. Fantástica foto.
ResponderEliminarEu arriscaria mesmo a dizer que a maioria das que considero minhas melhores fotos resultam de circunstancias de momento, que se me deparam espontaneamente e que eu consigo captar, mais das vezes no limite de entre fazer e não fazer a foto, sendo ainda que muitas vezes perde-se mesmo a foto!
EliminarObrigado pela positiva apreciação.
Abraço e boa semana