domingo, 27 de agosto de 2017

Tradição que se extingue...


...esta foto sem grande resolução pretende ser documental face à eventual derradeira resistência duma arte tradicional, em convívio, que aquando da minha infância era tida como um dado adquirido _ estou a ficar velho :/_, mas que cada vez mais já só se vê em feiras de artesanato e pela mão de senhoras como as aqui retratadas que continuam a dar resistente expressão à mesma, precisamente mais como uma curiosidade em vias de extinção do que como uma actividade viva e com futuro.

E ainda que eu tenha boas recordações da minha infância, desde logo coincidente com a época em que este didáctico e não raro prazeroso convívio, no caso concreto de entre o género feminino, era norma adquirida. No entanto não sou propriamente um saudosista, até porque se a vida nuns casos e respectivos aspectos evolui para pior, noutros evolui para melhor, desde logo e por si só o género feminino fez conquistas nas últimas décadas que no geral se podem considerar positivamente para melhor ou mesmo para muito melhor; mas de entre o que o caso aqui retratado não deixou jamais de ser muito positivamente digno e até inspirador por si só, independentemente da época e das evoluções socioculturais inerentes, pelo que se a época corrente e com projecção futura já não demanda este tipo de presencial convívio e respectiva arte tradicional derivada, tão pouco invalida que se documente e recorde o/a mesmo/a, inclusive como ainda minimamente resistente.

De resto outro tipo de convívios e respectivas artes derivadas se impõem e/ou imporão de futuro, senão presencial ao menos virtualmente!

VB     

18 comentários:

  1. Os bordados manuais que tantas obras de arte foram deixando em Portugal ao longo dos tempos.
    Aquele abraço, boa semana

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    1. ...e ainda vão, mas cada vez menos!
      Abraço, excelente semana

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    1. Há que defenda a eternização das tradições só por que são tradições, algo com o que não concordo totalmente, até porque em alguns casos isso implicaria preservar tradições no mínimo muito positivamente duvidosas; mas a partir de que também acho que há tradições que de facto não se deveriam extinguir. Abç

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  3. A minha avó (mãe da minha mãe) sabia fazer bordados lindos e "ensinou-nos" - com sete ou oito anos tentei fazer alguns bordados em dois pontos diferentes (ponto de cruz e não me lembro bem do nome do outro) mas depois não voltei a tentar bordar nada :)

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    1. ...pois é a Gábi a não dar continuidade à tradição artística familiar :) _ de facto creio que (quase) todos nós temos uma mãe, uma avó, uma/s tia/s, uma/s vizinha/s, etc. que bordavam ou nalguns casos ainda bordam, com extensão à minha avó, a minha mãe também foi e na medida do possível continua a ser um desses casos.
      Beijo

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  4. Bom dia, a tradição nos belos e valiosos trabalhos como o bordar, tem tendência para acabar, a produção tem que aumentar, com tal, tem que ser de um modo mecânico, quem sabe? se mais tarde existe um retrocesso e passa novamente ao tradicional, a foto é excelente a mostrar o que ainda se faz.
    Continuação de boa semana,
    AG

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    1. Antes de mais deixo o meu muito obrigado pela visita, pelo comentário e pelo seguimento deste meu espaço por parte do caro António Gomes, que por si só muito dignifica este meu espaço, pois que já fiz uma breve visita aos seu próprio espaço (Existe Sempre Um Lugar) e o mínimo que se me oferece dizer é que apetece passear indefinidamente no mesmo, pelo que voltarei logo mais para uma visita mais aprofundada, derivada do prazer que me deu o que já por lá pude constatar.
      Pois com relação às tradições em decadência, quando tão belas e dignas como esta dos bordados feitos à mão e em convívio directo, é de lamentar que se extingam. Mas como diz o caro António, pode que se reanimem mais à frente!!! De resto obrigado pela positiva apreciação da foto.
      Continuação de boa semana também para o caro AG
      Abraço
      VB

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  5. Eu faço parte deste meio artístico desde a mocidade!
    Atualmente esta arte ganhou novas artesãs!!!
    Não se pagam contas com o que se ganha e como não se paga o trabalho ... eu faço a meu belo prazer para mim e para oferecer!
    Além do ensino ... esta arte ocupou parte do meu tempo!!!
    Bj amigo

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    1. Folgo em saber, quer do prazer da Gracinha na prática desta actividade artística, quer do facto desta mesma arte actualmente ganhar novas artesãs _ o que não sucede aqui pelas minhas bandas!
      Agora claro que todos os casos que eu conheço desde sempre, a começar logo na minha família, regra geral praticavam e no caso da minha mãe ainda pratica esta arte tradicional essencialmente por prazer e para consumo próprio e/ou para oferecer, só excepcionalmente se poderia vender uma peça ou outra.
      No circunstancia uma ocupação que pode ser e é um salutar complemento a actividades laborais/profissionais, onde sim se ganha a vida, com mais ou menos prazer!!!
      Beijo, com amizade

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  6. não devemos deixar morrer as nossas tradições...
    beijinhos
    :)

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    1. ...remetendo para a minha outra resposta à Piedade na publicação acima, reitero dizendo resumidamente que esperemos a natureza da vida leve a preservar as melhores tradições como esta o mais tempo possível _ vulgo indefinidamente!...
      Tradicionais cumprimentos ;)

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  7. Puxa! Bom dia Victor.
    Que lindo seu blog e que
    bela postagem.
    Me dará grande alegria se
    vistar o meu blog
    Espelhando.
    Bjins
    CatiahoAlc.

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    1. Muito obrigado pela positiva apreciação deste meu blog.
      Já fiz uma breve visita ao seu Reflexos Espelhando..., mas agora já passa das quatro da madrugada e estou suficientemente cansado, como para mal conseguir corresponder os comentários aqui no meu blog, mas regressarei mais atentamente ao seu blog logo mais durante o dia
      Beijos
      VB

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  8. Talvez seja uma arte que aqui, e ali ainda vai resistindo...
    Tenho visto em muitas feiras de artesanato na Ericeira, por exemplo, gente jovem, apostar neste tipo de trabalhos artesanais... bordados, crochés, atoalhados... ainda vão tendo relativamente alguma saída no universo feminino...
    Gostei imenso da imagem! Impecável!!!
    Abraço
    Ana

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    1. Apraz-me saber dessa resistência, a que dalgum modo eu também tenho assistido em respectivas feiras de artesanato aqui mais pelo Sul (Alentejo e Algarve)... ainda que já não quotidianamente como há anos atrás... que valham e frutifiquem então a/os resistentes!...
      Muito obrigado!
      Abraço

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  9. Depois de idas e vindas e muitas perdas, pelo
    menos por aqui no sítio tento resgatar algumas relações
    realmente humanas e costumes que vão se perdendo.
    Tenho visto por aí algumas crianças fazendo crochet e já ouvi
    dizer que tem algumas escolas que estão adotando para esse tipo
    de prática e técnica não se perderem.
    Acho que em geral no Brasil é algo que é bem presente em todos os estados
    a prática do crochet.
    Em um mundo que me parece que está indo para o virtual, é muito
    bom que certas praticas saudáveis ainda permaneçam.
    Muito boa postagem relembrar certos praticas nunca sera demais.
    Boa continuação de semana.
    Abraços.

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    1. Fico feliz, que também aí no Brasil se procurem preservar tradições muito dignas e se acaso prazenteiras como esta do crochet. Aqui em Portugal há duas ou três décadas via-se com relativa frequência as senhoras a crochetear, se acaso em alegre convívio, tal como retratado na foto, em especial se nas horas mais agradáveis do dia e em plena rua. Só que a foto deriva duma feira de artesanato, pois que actualmente e cada vez menos se vê alguém a fazer crochet ou artesanato em geral, ao menos em espontâneo convívio e em plena rua. Mas há alguns foruns em que se pretende preservar e se procura mesmo reavivar estas tradições.
      Quanto ao virtual, este tem muitos méritos, como por exemplo aproximar convivialmente pessoas de diversas partes do planeta, como por exemplo de entre nós: Portugal e Brasil. Mas também tem o demérito de ao menos em potencia poder estar a afastar-nos da realidade mais prática da vida, aquém e além da mera dimensão virtual. Enfim, parte do eterno dilema existencial, a que no caso se veio adicionar esta dimensão virtual.
      Agradecido pela positiva apreciação
      Abraço com votos de genérica felicidade

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