quarta-feira, 31 de maio de 2017

A vida com outros olhos II / Life with other eyes II


             Aproveitando o titulo e o conteúdo da foto acima:

            Aqui tenho de confessar que como puro amador fotográfico dependendo doutras actividades laborais/profissionais que sustentem a minha curiosidade/paixão fotográfica. Sendo que as coisas de que eu gosto, como a fotografia, ou as faço de corpo e alma ou não as faço em absoluto, porque mesmo não me tendo como um radical em coisa alguma, no entanto a este nível, por assim dizer, de paixão, sou de tudo ou de nada. Logo como não profissional fotográfico, que não sei até que ponto é melhor ou pior assim, no entanto leva recorrentemente a que possa estar ou até mesmo a não poder deixar de estar semanas e a espaços até meses sem fotografar em absoluto, por carência de tempo e/ou até de disponibilidade pessoal geral para tal, mas quando a ocasião se proporciona, nem que seja por um escasso dia, em semanas ou em meses, então fotografo quantitativa e na medida do possível qualitativamente como se não houvesse amanhã, como seja com total entrega.  

            Mas! De entre o que entra a particular curiosidade de nos cerca de últimos dois anos eu ter significativa disponibilidade temporal derivada dum misto de prolongada baixa médica associada a condição de desemprego _ até porque o ortopédico motivo de baixa médica interfere directamente com as actividades laborais/profissionais essencialmente físicas que eu pratico, pelo menos de há cerca de década e meia a esta parte. Ah! E já agora devo referir que isto sem qualquer intermédia subsidiação estatal de que inclusive auto abdiquei logo à partida, acima de tudo por um meu princípio próprio de fundo, cuja objectiva descrição não cabe agora aqui. Mas dai derivando uma significativa austeridade financeira, com acrescida e mais substancial intranquilidade interior, acima de tudo com relação ao futuro, mesmo que por circunstancias da própria vida, desde há muito, dalgum modo desde globalmente sempre eu me tenha habituado a viver na instabilidade, designadamente laboral/profissional, mas também existencial geral, como seja com permanente adaptação às circunstancias do dia-a-dia, que no meu caso são significativamente voláteis e estão muito aquém e além de carreiras e/ou de projectos de longo prazo. Como seja que em permanência tudo pode mudar literalmente dum momento para o outro e muitas vezes ou em muitos casos o pior mesmo é quando não muda!

            E não, com isto não me estou a lamentar de coisa absolutamente alguma, porque se há coisa que até pró vital, sanitária ou subsistentemente eu jamais deixo de fazer é procurar retirar o mais positivo proveito de tudo isso, das circunstâncias da vida tal como ela se me apresenta, até talvez ou seguramente por isso estou a escrever o presente. Pelo que o que aqui e agora contextualmente pretendo é encaixar a minha curiosidade/paixão fotográfica em toda esta sequência, para no caso dizer que a minha relativamente amiúde presença fotográfica aqui no blogger nas últimas semanas, deriva da disponibilidade temporal de que usufruo de momento, mas salvo uma excepção ou outra, de resto esta minha presença não deriva necessariamente só e nem na sua maioria de fotos recém feitas, o que como tal tem a vantagem de eu estar a revisitar e a aproveitar fotos semi-esquecidas, em que se acaso eu estivesse frequentemente a fotografar de novo só por certo não regressaria a pelo menos algumas delas. Sendo que se não fotografo muito de novo, em parte é pela mais prosaica austeridade económico-financeira, mas acima de tudo pelo paradoxal dilema de que se por um lado disponho de tempo, no entanto não disponho de toda a devida e mais substancial tranquilidade/disponibilidade interior. 

            Global sequência esta perante a que regra geral sou mais dado a escrever do que por exemplo a fotografar, até porque o acto de fotografar é para mim essencialmente um misto de curiosidade técnica e de paixão recreativa, que sendo em qualquer dos casos algo positivo e construtivo, no entanto enquanto amador não me é algo indispensável a designadamente tão só sobreviver; enquanto escrever, inclusive contra todas as expectativas de partida(…), nasceu de impulsivo/compulsivo acto espontâneo, como um circunstancial/providencial meio de tão só necessitar subsistir mais um (in)constante e (im)permanente presente momento nas e às circunstancias do meu dia-a-dia próprio e mas também do dia-a-dia colectivo, em especial quando as interacções e/ou as inter-influências inerentes não sejam sempre e nem por vezes de todo as melhores; isto enquanto necessitando eu do melhor de mim para mim mesmo e para com o exterior e vice-versa do exterior por si só e para comigo, de entre o que por assim muito sucintamente dizer a escrita funciona para mim como uma espécie de não menos pró positiva e construtiva catarse e/ou reciclagem interna, inclusive por via da de todo não menos catártica e/ou reciclica (se é que este último termo existe como tal!?) leitura; e entretanto, já mais de duas décadas após ter começado originalmente a escrever acto espontâneo para tão só necessitar sobreviver e de durante mais duma década consecutiva tendo tido de o fazer literalmente todos os dias, nem que para isso tivesse de perder literais noites inteiras de sono, como recorrentemente continua a suceder, se e quando não raro de entre dias de actividades laborais/profissionais de subsistência relativamente exigentes, que nada têm que ver com escrita, tendo-me isso inclusive custado alguns múltiplos dissabores, que no entanto e até à data jamais suplantaram os benefícios. Pelo que mesmo incluindo ainda todas as minhas carências técnicas, concepcionais e/ou substancias inerentes, o facto é que posso afirmar com toda a propriedade que, apesar de e/ou até por tudo, tenho na escrita a minha maior, melhor quando não mesmo única forma de expressão e até de existência própria. Na circunstância tanto melhor se complementada por esta minha curiosidade/paixão fotográfica, que no não menos curioso caso me está por si só a fazer escrever ao respeito, sem ainda natural prejuízo de toda a minha restante vida laboral/profissional, familiar, social, etc., com todas as suas incontornavelmente melhores e piores circunstâncias inerentes, como de resto transversalmente inerente a todos e a cada um de nós, nesta nossa condição existencial, terrena e em suma universal _ de que a própria louva-a-Deus e a folha de limoeiro em que a mesma está pousada na foto são derivantes exemplos. No caso justificando e sustentando no seu todo esta minha existência fotográfica, escrita e em resumo pessoal e humana modo geral, que no seu global conjunto aqui me trouxe e como tal aqui me tem.

            E dito o dito, como sempre, vou procurando sustentar a minha presença fotográfica aqui, já seja mais amiúde ou mais intermitentemente e com fotos mais recentes ou mais remotas a partir do meu arquivo fotográfico. Em qualquer caso como uma minha necessidade ou prazer própria/o, que por inerência justifique um respectivo mínimo interesse e/ou prazer alheio _ desde logo de quem mais directa e explicita ou indirecta e anonimamente aqui me segue. 

            Mas que enquanto precisamente neste meu presente espaço virtual que se pretende essencialmente fotográfico, não posso em resumo deixar de pedir perdão e de correspondentemente expressar gratidão, em qualquer dos casos pela vossa necessária paciência face a esta minha, longa, explanação escrita _ ao menos para quem conseguiu ler o mesmo até aqui. Mas a partir de que em conclusão e acima de tudo necessito expressar consideração e estima por quem de bem aqui me segue, incluindo a minha profunda admiração por algum/as de vós, que até como tal e na medida do possível eu mesmo sigo aqui no blogger e/ou no G+. VB

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